sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Medo de ter, medo de perder...


Sempre fui uma pessoa que gosta imensamente de mudanças. Mudanças em tudo, desde o corte de cabelo e a ordem dos móveis do quarto até cidade, casa, namorado!! Mas o tempo vai passando e com ele nosso espiríto aventureiro. No meu caso esse traiçoeiro tempo me atingiu em cheio nesse quesito que pra mim sempre foi tão importante. Hoje encontro dificuldade em começar coisas novas. Sinto insegurança e medo de que nada dê certo. Não sei o que acontece comigo nessas horas. Todos os dias eu pego a tesoura e vou pro banheiro, disposta a cortar a franja, ai fico olhando pra mim mesma no espelho, meço aqui, subo um dedinho, acho que vai ficar curto, abaixo um pouco, meço ali, e desito por fim. To direto colando fitas adesivas na parede do meu quarto pra medir as retas a serem pintadas de uma nova cor. A fita perde a cola e eu acabo não pintando. Deixo pra próxima semana... de repente um tempinho me faz desitir disso também.
Sem contar a nostalgia que me bate sempre que eu penso em mudar algo. Aquela maldita nostalgia, como ela ao menos eu já estou mais acostumada, mas parece q agora ela começa a me segurar em muitas coisas. To com uma mania de ficar vendo fotos antigas, lendo cartas e desabando a chorar nesses últimos dias. To sonhando com minha antiga casa, meus amigos, minha escola, meu amor... coisas de louco mesmo.

Mas sei que isso é só porque estou enfrentando uma fase de mudança. Uma fase em que tenho que deixar meus erros no passado e começar uma nova vida. Deixar pessoas que por mais que eu ame me fazem sofrer de lado. Deixar meu conforto, minhas almofadinhas e meu quarto por mais uma mudança, não só de casa, nem de cidade, nem no corte de cabelo, uma mudança que necessito fazer dentro de mim, repensar toda a minha vida, no que está dando certo e no que eu devo parar de insistir porque não é pra mim. Essa é com ctz a mudança mais difícil que preciso fazer. E já adiei por tanto tempo que agora não dá mais. Acho q o mais complicado pra mim vai ser aceitar que algo realmente acabou, que o passado é só passado, e que em meu futuro muita gente importante não vai me acompanhar.
Aceitar o desconhecido é o de menos numa mudança. É fácil encarar o novo e se virar pra se manter em pé. Difícil é deixar as memórias escondidas, deixar um sentimento de lado, deixar uma história pra traz. Ter que esquecer o quanto uma pessoa te fez feliz, esquecer aqueles bons momentos. Fazer um grande amor morrer. Seria impossível, se não fosse tão preciso. Porque não há outro jeito de conseguir seguir em frente realmente, deixando no coração somente a certeza de ter feito tudo, de ter lutado até o fim, até que não restasse mais força nem armas.

E essa mudança, assim como esse medo que me invade, certamente será a maior e mais marcante da minha vida. E sei que não sairei ilesa disso, mas esse tempo traidor, assim como me fará esquecer, também fará a ferida cicatrizar.

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